Tempo

Existiam vários riscos,

E também vários caminhos;

Nenhum deles importa mais!

Nem os erros e nem os enganos pretéritos,

Pois com o tempo tudo fenece, desaparece e se desfaz

Nem os lugares permanecem no lugar,

Tudo a nossa volta muda, a todo tempo tudo gira, se ajeita ou cai

E se põem no lugar de calmaria passageira e, às vezes, de tempestades calamitosas

O tempo corrói até o mais preciso amor,

Oh, Tempo, deus silente que a tudo destrói,

O tempo é o único que nos guarda dos outros e de nós,

O tempo nos fere a pele, e nos sacrifica a cada dia

Oh, Tempo de tristeza,

Oh, Tempo de alegria,

Meu tempo, e também o vosso,

Tempo que a tudo temporiza, e até os sonhos transforma em ócio,

Oh, Tempo, e sua mão pesada que cai sem cessar;

O que há de ser do homem senão esperar?

Sois vos instantes, às vezes breves, às vezes longos,

Mas sempre instantes, e nada mais.