A espera
A espera
Os trovões da próxima tempestade, que atiçam os demônios gulosos, forçam patéticas bravatas contra os que já se mostraram implacáveis.
Antes feras sanguinários, hoje imprestáveis bestas magras, que só se alimentam dos enganados, usando a dor como um chamariz para suas garras.
A vítima que não engordar estas bestas, da carcaça se tornará parasita, serão moribundos errantes se contorcendo pela dor do passado, para roubar dos outros o futuro.
Desses que caminham entre nós e carregam o diabo nos ombros, são os mesmos que açoitam continuamente seus ancestrais, sacrificando a história pela ilusão.
Os gritos de sofrimento que ouvimos, são leques para derrubar colunas, e quem ousar levantar um martelo, será acusado de ser escravo...
A arte do combate nunca ficou escondida dos covardes, mas esses choram desesperados suspeitando de um custo para a liberdade.
As guerras não devem admitir os imprudentes, os orgulhosos ou os ingênuos, estes devem se despir das suas sanguessugas, ou as armas do inimigo carregarão.
A nossa esperada morte e o nascimento do novo são inevitáveis, mas para que os jovens não sucumbam antes de temperar-se no fogo da batalha, deveremos morrer pelas mãos de nossos inimigos, e não pela nossa própria.