PORQUE ESPERA A MIGALHA

Minhas mãos não tocaram nada

só os espinhos das rosas sentiram,

o vazio, o grito ao meio dia, o silêncio

ao sentir as cinzas das rosas, sob o vendaval da vida.

Mãos sobre o seu corpo, em um silêncio brutal,

sussurros sobre seu peito, em tarde ensolarada,

no silêncio o grito embutido, sentimento contido

nas trevas do meu corpo em pedaço.

Toco as rosas em uma loucura tão intima

onde mim encontro sob o fio da navalha,

o corpo exposto sob os olhos opacos

o cubículo escondido a beira da calçada.

Contigo sou eu, sem o medo,

as emoções floram como um vulcão em lavas,

ao sentir seu corpo exposto, entregue as minhas mãos,

onde te encontro, suas mãos não me tocam, estão travadas.

Sinto o perfume sagrado das tuas rosas,

o corpo que sinto não tem alma,

não tenho direito a sentir sua essência divina,

seus olhos não brilham, porque espera a migalha.

LAZARO MARTINS
Enviado por LAZARO MARTINS em 02/01/2017
Reeditado em 07/07/2018
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