PORQUE ESPERA A MIGALHA
Minhas mãos não tocaram nada
só os espinhos das rosas sentiram,
o vazio, o grito ao meio dia, o silêncio
ao sentir as cinzas das rosas, sob o vendaval da vida.
Mãos sobre o seu corpo, em um silêncio brutal,
sussurros sobre seu peito, em tarde ensolarada,
no silêncio o grito embutido, sentimento contido
nas trevas do meu corpo em pedaço.
Toco as rosas em uma loucura tão intima
onde mim encontro sob o fio da navalha,
o corpo exposto sob os olhos opacos
o cubículo escondido a beira da calçada.
Contigo sou eu, sem o medo,
as emoções floram como um vulcão em lavas,
ao sentir seu corpo exposto, entregue as minhas mãos,
onde te encontro, suas mãos não me tocam, estão travadas.
Sinto o perfume sagrado das tuas rosas,
o corpo que sinto não tem alma,
não tenho direito a sentir sua essência divina,
seus olhos não brilham, porque espera a migalha.