Cronologia
No começo de tudo vi brilho magistral no seu olhar
Sua voz doce e macia me iludia noite e dia
Adormecia ao seu lado e despertava relaxado
Feliz ficava e voava num corcel alado
Os sonhos não tinham limites, não haviam adjetivos torpes
No meio do que ainda existia, supria seus desejos insaciáveis
Com suspiros e pedidos intermináveis
Lhe amava e me dava e nada bastava
No fim o beijo era amargo, o olhar frio e a voz tremia
Não havia mais amor, pois quando se ama menos já não se ama mais
Eram demais os anais de tantas falácias
Por fim e enfim, não cortejo mais o início, desconfio do meio e quero esquecer o fim de tantos recomeços sem endereços certos, tudo estava fadado, longe, nada era perto, decerto, invejo as árvores que morrem onde nascem e que nunca mudam de lugar, mas que toda estação se dão com suas sombras e frutos, esteja molhado ou enxuto.