POEMA SENTIDO OU GEMIDO DE DOR
POEMA SENTIDO OU GEMIDO DE DOR.
Meu peito é repositório amargo de profunda paixão
Minhas mãos tateiam nuvens em trevas de dissabor
No sombrio espaço que tua presença ocupou
Tento disfarçar cantando uma alegre canção.
Procurei o teu corpo, estava hermeticamente fechado
As flamas, as luzes, o canto, tudo era pueril
Meu coração é um relicário de emoções febris
Eu timbrei teu nome no pergaminho litúrgico.
Meus olhos eram velas acesas a procura dos teus,
Olhava ébrio para o além e fitava o nada, no entanto,
Os anjos se vestiam de músicas em repertório fúnebre
Os sinos repicavam tristonhos, soluçando aos prantos.
Os bordados de renda feitos de espumas das ondas da praia
Formavam painéis do cenário do meu calvário de dor
Uma dor, um grito, um gemido, mesclavam-se em agonia
Traduzindo em sofrimento, era um dilema esse amor.
Padeço silente em minha própria resignação
As algemas me prendem em vivas lembranças
Lançando a minha alma em cruel sentença
Pois o infortúnio me impôs esse sortilégio de paixão.
Samuel Alencar da Silva –SALENCAR Capanema, 14 de novembro de 2016.