SABOR AMARGO
Ainda retenho esse sabor amargo,
Dos momentos difíceis que vivi,
Quando fui obrigado a abandonar,
Tudo que na minha vida construí.
A terra que me viu nascer e criou,
Os amigos que cresceram comigo,
Os animais com que eu convivi,
A coragem com que me defendi.
Os namoros que me ofereceram
Beijos e abraços de ensandecer,
Nas areias da praia ao entardecer,
Momentos belos que se perderam.
Planícies e florestas que percorri,
Por entre mato e rios cristalinos,
Estradas, picadas, maus caminhos,
Que desfrutei e tão feliz me senti.
É sabor amargo que ainda guardo,
Impotente para o tornar mais doce,
A vida não o permitiu, foi rebelde,
Deixou-me marcas negras na pele.
Ruy Serrano - 09.11.2016