Estar "só" em meio ao "nós".
A presença tão certa da ausência
A ausência tão vasta da presença
De tudo que aprendi, deparo-me
com a verdade, com tamanha veracidade,
de que na realidade
Faz-se presente quem quer estar.
Enamoram-se casais
aparentemente tão longe
mas que possuem seus corações lado a lado.
Independente de onde estejam
sabem bem onde gostariam de estar.
E observando vagamente
percebo de forma simples e fácil
Contínuos amores, sós
onde um ama por dois
enquanto o outro empurra ao acaso
um romance nada romântico
esperando por um vendaval
onde nele apareceram verdades,
verdades as quais não tem-se coragem de dizê-las.
E espera-se que com o tempo
exista um dia
ao qual aquele que tornara-se só
em meio a um romance perdido
descubra que os motivos para continuar acabaram
e que continuar com isso é tolice.
Ao que esqueceu primeiro
abrirá-se-á um novo mundo.
Ele amará novamente, certamente
existiram outros amores.
Mas ao que tornara-se “só”
em meio ao que deveria ser “nós”
Sobrepõe-se a seguinte pergunta:
-Afinal, o que eu fiz de errado?
E dessa pergunta, não parou-se para
pensar que nada de errado havia sido feito.
Algumas pessoas apenas cansam-se de nós.
Cansam-se daquilo que antes lhe causara amor.
Simplesmente cansam-se de tudo,
navegam no novo
e nos deixam em nosso lugar.