À TONA
Ando à tona dum mar imenso,
Que me trás ansioso e tenso,
Por não saber aonde irei parar,
De tão imenso que é este mar.
Ando perdido há oito décadas,
Sem saber o que ando a fazer,
Têm sido muitas as surpresas,
Que continuo com incertezas.
Resisto à tona deste longo mar,
Contra a corrente, para evitar
Ser levado para algum abismo,
Ou apanhado por grande sismo.
Ando à tona, continuo à deriva,
Outros sobreviventes como eu,
Resistem a este mar encapelado,
Não sabendo qual foi o pecado.
Ando à tona, à tona assim andarei,
Quis a minha sina que assim fosse,
Não sei se foi inveja ou eu pequei,
Só sei que ando metido num fosso.
Ruy Serrano - 01.11.2016