À TONA

Ando à tona dum mar imenso,

Que me trás ansioso e tenso,

Por não saber aonde irei parar,

De tão imenso que é este mar.

Ando perdido há oito décadas,

Sem saber o que ando a fazer,

Têm sido muitas as surpresas,

Que continuo com incertezas.

Resisto à tona deste longo mar,

Contra a corrente, para evitar

Ser levado para algum abismo,

Ou apanhado por grande sismo.

Ando à tona, continuo à deriva,

Outros sobreviventes como eu,

Resistem a este mar encapelado,

Não sabendo qual foi o pecado.

Ando à tona, à tona assim andarei,

Quis a minha sina que assim fosse,

Não sei se foi inveja ou eu pequei,

Só sei que ando metido num fosso.

Ruy Serrano - 01.11.2016

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 30/10/2016
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