Ovelha Negra
meu coração possui segredos que eu não conheço
ele se afeiçoa fácil, se esquecendo até de mim
às vezes pede para eu olhar o sol, eu tento, mas em vão
a claridade me cerra os olhos. eu vejo turvo e obscuro...
é essa bondade que me fere, essa coragem de perder
e assim me jogo nos braços de quem mente
de quem brinca, de quem teme, e não sonha, nem arrisca
como o sol que ilumina e cega, que aquece
mas não permite que se admire seu sorriso
então, que chova logo sobre meus torrões de açúcar
que o arco-íris venha preto e branco
e as flores cresçam; carnívoras
não! eu não posso me render a realidade
eu preciso alimentar sonhos doces
ou pelo menos seguir como tantas ovelhas
elas ao menos balem felizes
mesmo que o cão as assustem ou o pastor as machuquem