Nem mesmo lembro do meu nome
Hoje estou sem ar,
sem espaço,
caída no laço,
que a vida me preparou.
Meu corpo vaga sem norte.
Nada sente.
Está vazio de alma
e sorve o veneno da dor com calma.
Queria vomitar no mundo.
Ir mais longe nessa densa tristeza.
Colocar para fora o mais imundo,
que há dentro do meu ser, da miséria à realeza.
Sou resultado do que consome.
Nessa ciranda que tudo tira e pouco dá,
nem mesmo lembro do meu nome,
pois sou resto da violência que há.
Tive um sonho bizarro,
que meu destino poderia mudar.
Mas apenas me submeti à tortura,
pois não mereço ser amada, mesmo sabendo tanto amar.
Sim, vou vomitar minha dor.
Quero minha paz de volta seja como for.
Deixem que eu chore minha degradação
e leve comigo minha querida solidão.