O QUE SINTO NESTE EXATO MOMENTO

O QUE SINTO NESTE EXATO MOMENTO

(uns desabafos esperam desmaiar antes de qualquer coisa)

Triste,

Angustia,

Queria colo,

Queria estar de conchinha.

O Rivotril com vinho não faz efeito e nem o uísque bom,

Então como já foram uma garrafa de todos os mais o Rivotril

Parto para o prazer das delicias,

Vinho do porto com Rivotril,

Ainda tenho dignidade de escolher as bebidas excelentes,

Mas queria ter uma arma de fogo mesmo que barata,

Aquela que o malandro da favela me ofereceu por vinte,

Arma feia e meio enferrujada, mas ele mostrou o seu tiro,

Queria muito tê-la na minha cabeça e disparar e sentir tudo,

Sentir o amor quente que entra em minhas entranhas rubras...

Queria muito ter a coragem de usar as laminas que tenho aqui,

Escrever um poema de imagens desconecta na parede branca,

Imagens que nunca passaram de pintura rupestre no quarto...

Ou então canular minha veia novamente,

Ato fácil e já feito outras vezes

Ketamina,

Valium,

Xilazina

E cloreto de potássio

Tudo temperado com ampolas de flaxedil

Queria uma banheira e choque elétrico de um secador de cabelo,

Deitado relaxado na agua morna com sais de banho aromáticos,

Com todas minhas velas acessas assim como os incensos todos...

Mesmo assim com estima de umbigo de barata eu te quero,

Quero que o banho seja a dois e seja com muito erotismo,

Mas você partiu numa aventura de pessoal sem se preocupar,

Afinal os justos são vermes de maçã ou piolhos de ratos sujos

Então quero jogar o secador e sentir a energia que me falta me percorrer,

Como queria isso agora,

E o maldito Rivotril não faz efeito algum...

Deixa pra lá e abro outra garrafa e mais Rivotril para apagar.

Ser encontrado dias depois após arrombamento de minha porta,

Talvez tenha sangue na boca pelo choque que me percorreu...

Talvez esteja no sangue

Meu sangue que do meu pulso tudo tingiu,

Fez um grafite e talvez desenhe um logo criado para hoje...

Talvez eu seja a panqueca voadora que virou purê humano no chão,

Mas quero algumas canções que para os ditos amigos sempre falo,

Quero no ultimo segundo lembrar-se daquela que partiu antes de min,

Seu s olhos convidativos e talvez até o seu mexer nervoso no cabelo,

Círculos e círculos de cabelos castanhos numa reflexão que é sem fim...

Quero trilha sonora a muito escolhida

Quero que proíbam terços católicos...

Minha criação católica me condenou a tristeza sem sim...

Nada de aves Marias e pais nossos,

Quero musica da boa.

Se não lembrarem nada toque atabaques

E na falta dos ataques que sejam panela

Uma enfermeira sexy ou um bombeiro belo,

Não importará mais quem,

Fora da carne não serei homem e não serei mulher serie energia apenas,

Partindo para um umbral que fica no escuro do mundo...

Como estou perdido agora estarei perdido depois dessa aventura...

Meus pacientes mortos vão para o adeus final em um belo saco branco

Irei dentro de um saco negro com zíper,

E talvez com pessoas feias ao redor,

Mas ao tentar não há o que chorar...

As pessoas que amo

Elas já não pensam em mim...

Como não sei tocar violão escreverei bobeiras desconexas como hoje,

Lembrar-me-ei de nossos sexos se gladiando,

Lembrar-me-ei das coisas que faço para te mimar

Colocarei na balança e o saldo é por que ficar?

Ao efeito de drinques e Rivotril não me imagino velho e enrugado com filhos,

Não tenho objetivo,

Vivo a vida de quem eu amo,

Mas a pessoa não esta ai...

Não importar mais minhas partes pudendas afinal virou carne inerte somente

O bombeiro queria fazer respiração boca a boca e o choque vira da enfermeira

Ambos dariam a vida para ir para a cama comigo...

Assim como ninguém saberá o por que.

Saberá o porquê se aqui ler...

Saudades de Cazuza...

A cara da morte esta em etiqueta no dedo e as maquiadoras me virão nus

Romper o rigor mortis e escolher a base para tom mais natural...

Isso...

Maldita de cor!

Não precisa abrir caixão...

[Não quero velório]

Queiro estar perto do fogo

Fogo do crematório

Fogo de nosso inferno

Bem a cor mais natural do meu rosto

Há alguém com rosácea que sabe qual cor usar

Não quero terços,

Não quero orações católicas,

Maldita religião que me castrou...

Talvez entre um beija-flor ou borboleta para me levar... deixa-a sentar na minha boca...

Mas quero deixar uma oração cantada ao meu amor,

Pois dentro de mim cabe você,

Tenho a sequencia de musicas...

Cabe à reciprocidade,

Cabe à preocupação e cabe o cuidado,

Mas...

Mas num ato simples você me jogou numa dispensa ou numa geladeira,

E quando mais preciso de colo tenho vinho do porto importado e uísque

Tenho o Rivotril que faz caber o meu coração no meu peito e torço

Torço para ele me apagar antes que eu entrei um loop de destruição,

Falta a atitude daqueles que fala me amar.

Quero sumir,

Quero cair,

Quero virar comida de verme.

Quero ir e dar um reset nessa merda toda.

Sou a falha do maldito Deus

Que venha o diabo me abraçar

André Zanarella 29-09-2016

(Sem correção, sem releitura, apenas correção do word)

(( Você .. obrigado pelo apoio ao dia de hoje.. seu apoio me é importante)

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 29/09/2016
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