Além
Além
Ando por caminhos estranhos
Sombrios além das minhas sombras
Fantasmas de minha alma
De além da minha mente assombra-me vultos correm ocultos
De meus olhos fechados
Mesmo cerrados não pelo medo
Só pela dor da perda desse
Meu único amor
Vejo aqueles que me atormentam
No escuro onde de olhos travados
Dessas silhuetas não fujo
Monstros da minha rica imaginação
Ora resquícios desse pobre
Outrora nobre mole coração
Busco portas e saídas
Onde haja fuga
Pra essa minha
Louca vida , talvez existência Pobre diabo já em frangalhos Nessa incansável busca
Pelos portões da sua razão Talvez hoje floreios
Os sentimentos um dia vividos nesse mísero coração
Será que tão absurdo?
Será que existe verdade nesse mundo?
Será que ainda existe amor?
Pra mim maior absurdo
Foi o amor
Que sem qualquer verdade
Num ato falho de mim
Num minuto afastou
Como uma rosa perfeita
A mais bela singela
Daquele jardim se arrancou
Pra que serve um Jardim
Sem flor?
Ricardo do Lago Matos