Eu a amei
Eu amei, admito, sem dor, sem arrependimentos, com toda a profundeza do meu ser e toda a leveza que tal sentimento poderia despertar.
Eu a amei, seus detalhes, sua pinta no final das costas, suas manias de menina, sua forma de amar, amei seu sorriso solto.
Eu a amei em suas crises emocionais, em seus medos, seus anseios, suas brigas, seus choros, sua carência, a sua maneira desapegada de ser, amei seu sorriso vivo.
Eu amei quando se afastou de mim por medo, a amei quando me contou seus traumas, quando chorou ao lembrar de sua infância, amei seu sorriso nostálgico.
Eu a amei quando viu a nossa gata pela primeira vez, quando encontrou aquele cachorrinho ferido e cuidou dele, amei seu sorriso amoroso.
Eu a amei quando descobriu que eu não era o suficiente, quando pediu a separação, quando disse que já não sentia o mesmo, amei seu sorriso doloroso.
Eu a amei mesmo odiando tudo isso, odiando a sua carência, sua preferência pelos animais, suas crises emocionais, sua bagunça. Odiei tudo aquilo que me fazia amá-la, mas odiei, a cima de tudo, não ter sido capaz de demonstrar o quanto a amei, o quanto todo o seu ser, com o meu ser a amava, seus defeitos, qualidades, manias e seus sorrisos, como tudo era essencial pra mim.
Com amor do seu Ex-marido
Ex-Amigo
Ex-Amante
Ex-amor.