Trem sem destino
Recostei-me e ali fiquei
Vi paisagens que nunca pensei
Vi pastos, gaivotas voando no céu azul
Fazendas, arvoredos em meio ao barro
Em trilhos sem destino
A vida passava ligeira
Coloquei minha cabeça erguida
Sentindo a brisa e a ventania
Lá fora tudo corria
E meus olhos não conseguiam fixar
Mal sabia para onde ia
Quem diria que iria voltar?
Longe e seguindo reto
Meus olhos sentiam saudades
Agora, sem teto
Sofria por antecipação
Encostado naquele banco
Sem rumo, em prantos
A vida me levava e a mente flutuava
Na longa linha férrea só sei o que eu passava