Deixarei morrer o amor que sinto
Todos os vestígios estão no mesmo lugar de outrora
Aquele livro, o brinco de pena azul. Na pele o toque.
Só aqui dentro muda a cada dia, algo forte aumenta.
E por isso sei que é chegada a hora de eu ir embora.
Sempre soube ausentar-me quando a presença pedia
Contudo hoje isso já não é tão simples. Nunca mais será.
Mas “deixarei que morra me mim o desejo” de eternizar.
Porque já não me basta ser o que sou. Nem o que virá.
Porque jovem tenho sede de vida. Mas sei da morte.
Intensa, nesse amor já não cabe o que a mim sobrar.
Não me alimentará migalhas. Quero a porção inteira!
Não me satisfaz apenas o hoje, quero mais, quero norte.
Nada poderei oferecer , senão a constante ansiedade
Porque eu sonho com mãos entrelaçadas caminhando,
Quero o batom vermelho e o abraço em praça pública.
Quero alvoroçar e depois quero calar toda a sociedade.
Impossível? Então hoje velo em vida o amor que tenho,
O que ainda sinto. Pois é fase terminal para mim agora.
Não há esperança. Nunca houve. Apenas ilusão. Minha.
Como suicídio deixarei o que sinto morrer aos poucos.
...Lentamente morrerá meu amor qual esfinge para se
eternizar em todos os versos que já fiz...
28.08.2016