Pesares do amor
Das lágrimas, tiro perfume,
Destilada com dor,
Aromatizada com desilusão,
Tingida com sangue...
Da solidão, aprendi a ser amigo,
Com sabor de desespero,
Sons de loucura,
Com uma pitada de egoismo,
Do engano me fiz vivo,
E em mim me suicido a cada gole,
Da mesma Cicuta tomada por Sócrates,
Quando este descobriu que a verdade mata,
Da noite me tornei amante,
Embriagado pelos prazeres profanos e devassos,
Do cálice da ira tomei,
E no findar daquela noite uma corda preparei,
Quis a morte como esposa,
E no inferno fazer minha noite de nupcias,
Quis a morte como consolo,
Mas nem a morte me consolou,
Pois a tristeza dos males foi a única que restou,
E estou aos prantos por causa do amor,
Este amor que feri e mata,
Este seu bendito e envolvente amor!