Pesares do amor

Das lágrimas, tiro perfume,

Destilada com dor,

Aromatizada com desilusão,

Tingida com sangue...

Da solidão, aprendi a ser amigo,

Com sabor de desespero,

Sons de loucura,

Com uma pitada de egoismo,

Do engano me fiz vivo,

E em mim me suicido a cada gole,

Da mesma Cicuta tomada por Sócrates,

Quando este descobriu que a verdade mata,

Da noite me tornei amante,

Embriagado pelos prazeres profanos e devassos,

Do cálice da ira tomei,

E no findar daquela noite uma corda preparei,

Quis a morte como esposa,

E no inferno fazer minha noite de nupcias,

Quis a morte como consolo,

Mas nem a morte me consolou,

Pois a tristeza dos males foi a única que restou,

E estou aos prantos por causa do amor,

Este amor que feri e mata,

Este seu bendito e envolvente amor!

Ed Martins
Enviado por Ed Martins em 23/08/2016
Código do texto: T5737512
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