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Estou sem saída,

Pois meu túnel

É escuro demais para qualquer luz.

Estou sem voz,

Pois meu timbre

É fraco demais para qualquer nota.

Estou sem passo,

Pois meus pés

São tortos demais para qualquer chão.

Estou sem céu,

Pois meus olhos

São cegos demais qualquer visão.

Li belas obras,

Dei belos beijos,

Consegui belos feitos,

Amei belas pessoas ...

Menos a mim mesmo.

Sou pó,

Pois talvez dele eu vim.

Sou carne,

Pois talvez ela seja fraca.

Sou o último,

Pois talvez nunca fui o primeiro.

Uma canoa que faz água,

Sem sequer flutuar direito.

Uma caravela em plena chuva

A caminho do naufrágio quase certo.

Um navio só de marca ,

Haja vista ser triste seu decreto.

Ele não me respondeu,

Pois talvez nunca esteve lá.

Eles fizeram seu melhor,

Um amor que não comparo.

Ela quer estar aqui,

Mas meu jardim está com flores muito mortas

E o aroma dela merece um bom lugar.

Sentirei falta dos pedidos ( D ),

Dos abraços e carinhos ( P e M ),

Do sorriso e força ( A ),

Do sentimento e presença ( B )

Quem sabe não do primeiro,

Afinal, parece ser puro esmo.

Olhou do quinto andar.

Sentiu o vento em rosto e corpo,

As crianças brincavam lá embaixo.

Lágrimas e um semblante de alívio.

Fechou os olhos.

Preparou-se.

"Obrigado".

...

"Eu sempre estive com você"

...

Os olhos abriram.

Ainda havia esperança.

Edilson dos Santos
Enviado por Edilson dos Santos em 05/08/2016
Reeditado em 12/10/2016
Código do texto: T5720167
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