SAI DOR!
sinto uma constante insatisfação
se estivesse no meio de um tufão
passaria tudo por mim
não avultaria nenhuma ação
Um cansaço, um desdém sem fim
tudo dentro de mim parou
angustia calcificante
parece um torpor de ópio , sufocante
onde ele (Deus) errou?
não sinto as batidas
de meu coração fastiado
Estação abandonada, escura
perdido na imensidão, angustiado
Quanta gente! impura
Quanto nada! apatia sem cura
náusea e dor... solidão
latente, dormente
meu cérebro na bandeja serviria
se a dor prometesse que partiria
Que letargia! sempre nascente
nunca poente
Quero um travesseiro de penas
não de pedras
Essa dor... nem sempre foi assim
a dor me tomou, quando chega o fim?
não se cansa de mim?!
Hora vem e deixa-me essa elegia
Se adormecesse?
Melhoraria?
viveria?
amaria?
talvez sim.