DESESPERANÇA:
Desesperança:
Pelotas. 04 de Outubro de 1946
Nascia, um menino, e um sonho.
Crescer, num mundo, nele viver.
Nas suas poesias, poetizar amor.
Não poetizar jamais, esta agonia.
De um povo, sem justiça a sofrer.
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Aqui...
Um dia cheguei.
De onde vim não sei,
Porque vim, ninguém disse.
O que faço aqui ninguém sabe.
Apenas sei...
Que um dia aqui parei.
Neste mundo divagando fiquei.
Na esperança, por respostas procurei.
Respostas não vieram, nada eu encontrei,
Vi, coisas...
Que não acreditei.
Vi riquezas que não imaginei.
Vi misérias espalhadas pelo chão.
Vi no povo a falta de fé, no coração.
Vi, no olhar...
De um povo, a decepção.
A dor, fome, desesperanças.
Nas ruas, vi guerras, vi drogas.
Numa senzala de festas, a corrupção.
Aqui...
Um dia cheguei.
Trazia na alma fé, esperança.
Como sei que um dia irei, não queria.
Levar em minha ALMA, a desesperança,