Mais um poeta que chora
Sem inspiração
o corpo pede
como um vício
que tem que ser
aplacado
não tem como
nada é natural
forço a barra
e minhas mãos
deslizam pelo teclado
hoje tão frio
sem inspiração
só uma mente vagante
sem compromisso
preguiçosa
egoísta
dona irrefutável de si
birrenta
mimada
quer vagar
simplesmente
desalinhada
mente e corpo
em tempos
desiguais
produzindo um tempo
de ficar só
talvez amanhã
nasça um poema
daqueles românticos
que tocam a alma
mas hoje não
hoje minhas
verdades são
personalizadas
me pertencem
hoje
fora do poema
sou mais um poeta
que chora