Mais um poeta que chora

Sem inspiração

o corpo pede

como um vício

que tem que ser

aplacado

não tem como

nada é natural

forço a barra

e minhas mãos

deslizam pelo teclado

hoje tão frio

sem inspiração

só uma mente vagante

sem compromisso

preguiçosa

egoísta

dona irrefutável de si

birrenta

mimada

quer vagar

simplesmente

desalinhada

mente e corpo

em tempos

desiguais

produzindo um tempo

de ficar só

talvez amanhã

nasça um poema

daqueles românticos

que tocam a alma

mas hoje não

hoje minhas

verdades são

personalizadas

me pertencem

hoje

fora do poema

sou mais um poeta

que chora

Nina Godoy
Enviado por Nina Godoy em 05/07/2016
Código do texto: T5688308
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