Coroa De Espinhos
Tu és a tal,
Feita de pedaços de espírito alheio.
Porque finges essa divindade?
Porque ninguém vê
Quem realmente és?
Retiraste um bocado de mim,
E o emolduraste na parede.
Roubaste-me a expressão facial,
E eu, sem nada de mim,
Vivo num inferno.
E ardo sozinho,
Na chama que tu me ateaste,
Onde morro tão lentamente.
E o tempo, vagaroso,
Alimenta-se dum sofrimento meu,
Que é tão puro,
Tão branco,
E tão injusto.