A RODA DA SORTE GIROU...

A roda da sorte girou, e quem estava agarrado em sua superioridade desceu,

E o caído entre os seus sonhos quebrados, viu novas chances sendo erigidas,

Não cabe perder mais tempo tentando juntar os destroços de um jogo arruinado,

Argumentar mais inverdades é cavar um abismo ainda maior.

Você se julgou ser meu fim, mas eu era o recomeço em mim mesmo,

Quem se lança na fogueira do veneno que inflama, não pode culpar o destino,

As queimaduras não foram inventadas por mim ou por eles, são apenas suas escolhas,

Em uma vida são entregues diversas chances, mas àquelas sepultadas por suas mãos não podem retornar a viver.

Falsa aparência de força em decisões tomadas enquanto o coração em destroços vertia o sangue,

Mas era necessário seguir, fugindo da amargura de tantas mentiras destiladas no caminho,

A escolha não era entre você ou alguém qualquer, mas era entre você ou eu,

E de mim jamais poderia um dia fugir, ou espantar o remorso de uma má escolha como se espantam as moscas.

Os novos passos sempre irão contrastar com as dores de um passado que se deixou,

Não se recomeça o novo com os escombros de uma derrota,

E entenderemos que as cicatrizes inevitavelmente nos farão lembrar das histórias,

De quando a roda da sorte girou, e quem estava agarrado em sua superioridade desceu.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 31/05/2016
Código do texto: T5653251
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.