UM OLHAR SOBRE O TEMPO

Debrucei meu olhar sobre o passado,

Reconheci-me, a te procurar,

Perdido, opaco...

Visão retida no palco sentimental.

Promessas desfeitas,

Cama, banho, mesa...

Perfume dissipado; frasco atirado ao vento!

Quisera... Na noite fria,

Ter fogo na lareira,

Nosso retrato iluminado por fagulhas,

E o cão, Rex, a lamber tuas mãos;

Lembranças tatuadas... Minhas; tuas!

Mas... Foi no gelo que tu mergulhaste,

E se fez indiferente ao meu coração.

... Sem lareira ou animal de estimação,

Sem centelhas... Pena!

Debrucei meu olhar sobre o presente;

Eu e Tu, carentes - entregues à solidão...

Leitura pertinente:

'Passado sem futuro; presente sem comunhão'!

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 28/05/2016
Reeditado em 15/02/2021
Código do texto: T5649742
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