Fruta Amarga
Ela era a própria amargura em vida.
O fruto caído, sujo, sempre rejeitado e esquecido.
Vagava com seu corpo podre em mentiras.
A mente continuava a molestar-se em ilusões.
Os olhos ainda refletiam a dor de quem um dia teve coração.
Mãos e joelhos ralados das quedas que sofreu inúmeras vezes com a verdade.
A alma imersa em solidão.
Sua boca, seca e pálida, cantava crueldade dia após dia...
Mas cada escolha é uma renúncia.
Cada renúncia, uma fantasia, um sonho a menos.