Provação

Sobre os dias e as madrugadas

não paro de pensar, enclausurado em minha caverna

ouviria platão declarar seus versos

sem pensar que a vida

some a cada piscar do relógio

O jogo e a prosa misturam entre algumas ações orquestradas

entre os pilares existenciais da identidade alheia

uso o prognóstico nefasto de minhas falsas profecias que pulsam abruptamente entre o vigor da juventude e a franqueza de meus ralos fios esbranquiçados

Almas perambulam previamente de concretizar sonhos trépidos

ao invés de pulularem frescos e francos

Persuadidas, ardidas e embriagadas tropeçam embaraçadas em lágrimas e lástimas

Ora pensariam em brilhar, sobraram opacas na gaveta do edredom manchado de tinta

corpos imersos na lama, deliram sobre penas de ganso,

e vangloriam de sua própria ignorância, sem notar sua capacidade de proliferar e vociferar verdades

Algum homem honesto morrerá de devaneios

nenhuma lápide movimentará por séculos

A vida extinguirá, reles, sem o cliche de uma sarjeta

Rapanui
Enviado por Rapanui em 14/05/2016
Reeditado em 14/05/2016
Código do texto: T5635474
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