MÁGOA
Não te espero
Mais que um dia,
No sôpro da noite incerta
Desfêz-se minha poesia.
Na fenda da alma o verso
Brotou cavernas de horrores,
Espinhos de amargas palmas
Num universo de dores.
Desci profundos abismos
Com olhos de escuridão,
Não veio o verso e cismo
Faltar-me o coração.
Não te espero,vago é o tempo
Quando a esperança disfarça
Em tristes versos o lamento
Desta noite que não passa.