MÁGOA

Não te espero

Mais que um dia,

No sôpro da noite incerta

Desfêz-se minha poesia.

Na fenda da alma o verso

Brotou cavernas de horrores,

Espinhos de amargas palmas

Num universo de dores.

Desci profundos abismos

Com olhos de escuridão,

Não veio o verso e cismo

Faltar-me o coração.

Não te espero,vago é o tempo

Quando a esperança disfarça

Em tristes versos o lamento

Desta noite que não passa.

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 12/07/2007
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