Às vezes ela se sente tão triste
escrevendo cartas para sí
em papéis amarelados pelo tempo
isso a conforta por instantes
antes de novo furacão se formar
e as mentiras escritas sumirem
entre as chamas do fogo que devora.
Há alguma coisa em seu caminho,
algo que a aborrece muito
por isso ela se fecha tanto.
O medo de viver a mata lentamente
e a vida pouco tem valor,
está fraca, desolada,
sem forças para chorar,
sem lágrimas para limpar
a alma manchada de sombrias cores.
Ela precisa de uma razão para sorrir
antes do sol se deitar
e as nuvens abraçarem a lua.
É impossível respirar
entre restos de tempos passados
em meio a desgostos e decepções
não reconhecendo as batidas do próprio coração.
Às vezes ela se sente tão triste
que tentar fazer um novo começo
requer uma força que ela crê não possuir.
Suas mãos estão amargas, sua boca está amarga,
seus olhos matam o céu,
as estrelas em luto se vingam
ocultando a luz da esperança
à quem se apaixonou pela escuridão.











 
Lima Ramos
Enviado por Lima Ramos em 28/04/2016
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