NO FIM DO TÚNEL
Pobre daquele que vive de letras
num país inculto:
terá de ser seu próprio juiz,
terá de vender no inferno
o seu dicionário
e com ele embrulhar
o pão que o diabo amassou.
Pobre daquele que vive de letras
num país sem futuro:
poderá apenas imaginar como seria
se o povo tivesse educação,
se o político tivesse decência,
se a sociedade tivesse vergonha.
Pobre daquele que vive de letras
num país sombrio:
haverá luz no fim do túnel?...