1315- e 1316 -PÁGINA DA VIDA FALHA NA COMUNICAÇÃO.Poesia: Decepção/Desilusão. 1316-ARESTA
1315-PÁGINA DA VIDA FALHA NA COMUNICAÇÃO.
Poesia: Decepção/Desilusão.
Por Sílvia Araújo Motta
Mais uma página registrada,
Mais uma comunicação distraída.
Mais uma ação errada,
Mais uma lágrima caída.
Mais uma ilusão desfeita
Mais a falta do “obrigada.”
Mais a visão imperfeita
Mais a canção desafinada.
Mais uma folha caída,
Mais uma hora errada.
Mais a flor envelhecida,
Mais uma atenção chamada.
Mais a rua sem saída,
Mais uma esquina quebrada,
Mais a engrenagem partida,
Mais a direção desencontrada.
Mais um espaço vazio
Mais um caminho para o mar,
Mais uma gota no rio
Mais um atalho pra cortar.
Mais um frio para sentir,
Mais agasalho pra buscar.
Mais uma brisa a partir
Mais a pauta a realizar.
Mais o sorriso amarelo
Mais um olhar degelado,
Mais a interrupção no elo,
Mais um coração gelado.
Mais um ser desanimado,
Mais uma decepção marcada.
Mais um passo mal dado,
Mais uma experiência inadequada.
Mais um bonde errado,
Mais a sinalização vencida,
Mais um trem atrasado,
Mais uma corrente partida.
Resta agora, a intimidade
do silêncio perfeito.
Resta agora, na realidade
o perdão, mesmo imperfeito.
Resta ainda, a imensidão
de estrelas para brilhar.
Resta ainda, a confissão
para poder comungar.
Resta ver a imobilidade
que cala sem reclamar.
Resta a simultaneidade
da dor do pranto a rolar.
Resta ler a composição poética
como um barquinho a passar...
Resta a ética na autocrítica
da decomposição milenar.
Em busca de uma só vida
resta encontrar o caminho,
e crer que a lição sofrida
aponta o fim desta linha.
Belo Horizonte, 10 de julho de 2007.
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1316-ARESTA (1)SÉRIE: LÍRICA CONTEMPORÂNEA TRANSPARENTE CANTANTE LEVE SOLTA
Por Sílvia Araújo Motta
Paredes lisas
mostram a ausência
mas a sombra traz
bela experiência.
O som espreita
o corpo invisível
a mão que não enlaça.
Aresta constante
vibra no sentido
do momento vivido.
Belo Horizonte, 11 de julho de 2007.
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