Martírio

O que fazer

desse amor transbordante...

sentimentos profetizado

pelo me coração,

que suportaram e suportam

a angustia e o medo,

a dor de nunca ter o seu amor...

O que fazer da luz e da penumbra,

do luar e das estrelas, do dilúculo,

do horizonte... da voz que clama,

do meu amor, o que fazer do desterro,

na calada da noite... do seu silêncio...

O que fazer do brilho do seu olhar,

nos meus sonhos a me velar...

do murmúrio da sua voz em algum lugar...

da sua beleza que me atrai,

me encanta seja onde for...

O que fazer do desejo de te amar,

que queima as entranhas,

dessa chama que insiste em viver...

e não há nada que apague

essas labaredas da paixão...

O que fazer da utopia, da miragem,

da tela onde miro meus olhos,

a te procurar... esperança

que nunca cansa...

o que fazer desse martírio,

de ter amar e não ser amado...

Cláudio Domingos Borges