ODE AO SOFRIMENTO
Andarei mil léguas com seu nome no coração!
Mas se queres a verdade, eu só queria a sua mão.
Mas, não pode!
Não se devem quebrar as convenções.
Então fica assim, eu infeliz, você também...
sem mais altercações.
Um sorriso mórbido e amarelo completa o quadro:
Quadro aguado, molhado, suado.
Quadro quadrado, antigo, antiquado.
Quadro insípido, desbotado, passado.
Quadro prisão, lacrado, fechado.
Mas e o amor e a Paixão?
Silêncio, imprudente, aqui não pode!
Pode a dor... pode a tristeza.
O fingimento também pode.
Mas o amor? Ah, esse não.
Porque trás felicidade, que gera ciúmes.
Esse quebra portas, rompe cadeados.
Libera almas, cultiva sonhos.
Rompe o siso dos enamorados.
Só a dor é segura e previsível
Ela é controlável em analgesia
Galanteadora, forte e irresistível
Banquete livre, ao dispor da maioria.
Por isso sigo trôpego o meu caminho
Vou abandonar aqui essa mesmice
Tampouco vou deixar você sozinho
E, por mil léguas a levarei comigo.
Será meu sonho, minha paz e o meu...
Castigo.