Quando não é amor

Por que ele não a amou como deveria?

Se ela lhe mostrou o amor,

e fez que ele acreditasse que o amor existe?

Por que ele não a amou como deveria?

Se ele tinha tudo ao seu dispor?

Mas seu coração como uma pedra continuou!

Por que não foi quebrantado?

Agora muitos anos depois,

as lembranças de sua insensatez e ingratidão

como uma navalha traspassam seu coração,

como uma alucinação perturbam sua mente

e como uma triste recordação

fazem correr dos seus olhos rios de lágrimas!

Por que permitiu que o imaculado encanto fosse manchado

por erros absurdos que cometeu?

Por que ele não a amou como deveria?

Se ela partilhou com ele a realidade do céu,

vivenciada de maneira pura em sua vida?

E dessa atmosfera celestial foi testemunha, dela participando

sem se dar conta do grande privilégio

que fora a ele concedido?

Agora, sem ela, as nuvens cinzentas do arrependimento

carregadas de dúvidas angustiantes

vem lhe envolver, e julgando a sua causa

bradam a sentença:

és réu de morte, pois mataste o amor!

Portanto condenado estás,

e sofrerás até pagar o último centavo!

Por que, por que ele não a amou como deveria?

Hoje sua alma em prantos desfalece

pelas lembranças de tudo que o amor dela lhe ofereceu,

e esse amor foi para ele tudo,

mas também foi tudo o que aquele jovem não foi capaz de agradecer!

Por isso chora, derrama lágrimas ingratas!

Precisa todavia esquecer tais lembranças

Senão sua cabeça vai explodir

ou no mínimo enlouquecer!

Quem sabe um dia ele termina de pagar o preço

de sua tão grave loucura!

Érison Martins
Enviado por Érison Martins em 28/02/2016
Reeditado em 20/02/2018
Código do texto: T5558241
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