Tudo ou nada
Outra vez tão indeciso
Entre o certo e o duvidoso.
Há um conflito feroz
Que chega a ser perigoso.
O certo muito me atrai,
Mas o duvidoso me enlouquece.
O certo me ordena: vai!
Mas o duvidoso: Não se apresse!
Se eu me invisto no certo,
Posso perder o duvidoso.
Mas o viver na indecisão,
Tem sido tão desastroso.
Muitas vezes o trem passou,
Levou consigo a bagagem.
Por dar vez a insegurança,
Perdi a minha passagem.
Pude ver tantos partirem
Com invejável convicção.
A perseguirem seus sonhos
E eu não entrei no vagão.
A esperar por outra condução,
Vivo iludido a sonhar,
Mas aquele trem dos sonhos
Talvez não verei chegar.