Não tem nada!
Há desilusão sim...
Não haverá mais apegos, mais talvez, quem sabe
Hoje tudo é tão claro, tão frio, inevitável
Venho tentando tornar-me assim
sem confiança, sem desejos, sem querer
Venho tentando tornar-me o que abomino,
distanciando-me, fechando-me cada vez mais...
Sentimentos passaram a não importar...
Hoje é a era fria, calculista, egoísta
Quem está certo?
Talvez não se saberá
A multidão vive envolta na solidão,
mesmo junto de tanta gente
Tantos descrentes...
Ninguém tem ninguém, cada um
está com muitas
Só querem viver o momento
depois cada um para seu lado
sozinho no seu quadrado...
É a era meio perdida, a era que não
faz mais esforço, que foge do olhar, foge
do encontro...
É a era que tem tudo, e no fundo "Não tem
nada!"