Viúvo de uma memória
De quando em vez, de vez em quando
Dentre as tarefas cotidianas, um espaço de solidão,
E a mente é vencida pela tolice do coração
Pensamentos e sentimentos, e fico lembrando.
De um tempo que, com muito ou pouco, era feliz
Na certeza de que era abençoado com a companhia
De uma moça que no mundo outra não existia:
Do meu amor e minha razão, a imperatriz.
Mas quis o destino que não fosse bem assim;
O solo que eu pisava transformou-se em areal,
A luta que travei: nada mais do que um ideal
Com não e não destruiu mais terno sim.
Choro a viuvez por uma mulher que ainda vive
Para o consolo e salvação de nossa memória,
Pois a morte é mais digna de findar esta história
Co’ alguém que não mais é quem nos braços tive.