Viúvo de uma memória

De quando em vez, de vez em quando

Dentre as tarefas cotidianas, um espaço de solidão,

E a mente é vencida pela tolice do coração

Pensamentos e sentimentos, e fico lembrando.

De um tempo que, com muito ou pouco, era feliz

Na certeza de que era abençoado com a companhia

De uma moça que no mundo outra não existia:

Do meu amor e minha razão, a imperatriz.

Mas quis o destino que não fosse bem assim;

O solo que eu pisava transformou-se em areal,

A luta que travei: nada mais do que um ideal

Com não e não destruiu mais terno sim.

Choro a viuvez por uma mulher que ainda vive

Para o consolo e salvação de nossa memória,

Pois a morte é mais digna de findar esta história

Co’ alguém que não mais é quem nos braços tive.

Eudes de Pádua Colodino
Enviado por Eudes de Pádua Colodino em 19/02/2016
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