Epitáfio
E a pureza se descolore em nosso álbum d'fotografias...
Envelhece a fraca esperança d'alegria...
As boas lembranças já não nos colorem o dia...
Nem as líricas canções nos tocam o coração
Assim queima o botão...
Em cinzas desintegra-se a cor rósea...
Morre a flor e o fogo consome nossa história
E este estado é a prova mais convincente...
Do perfil d'nossas almas descrentes...
Descrentes do dia e da lua...
Lua que um dia nos inspirou a amar
O silencioso som d'morte agora nos invade os sentidos...
Agora não se existe bem-querer...
Em distante memória some-se o amor...
Já não existem crenças ou orações...
Apenas calados gritos, difíceis escolhas, um destino...
O fim d'uma grande paixão...
Um sonho passado, jogado ao léu, desilusão...
Consequências d'um pecaminoso moinho(ódio)
E sonhar agora é apenas fadiga...
Ponto d'partida p'ra uma já conhecida desilusão
O desamor é cruel, intolerante e sagaz...
Carrega consigo a impunidade d'seus desenganos
Nesta obsolescência d'calmaria, não existe paz
Apenas nuvem delirante...
Que cheia d'máculas m'invade...
Com sua enganadora cor d'santidade...
Me fazendo viajar na palidez d'símil efêmera serenidade...
Falsete na qual s'esvai a vida...
Nestes curtos momentos delirantes...
Vejo o quanto estas calmas horas noturnas são longas
Que falta me faz as cores, d'ouros d'sol...
A companhia das borboletas abdomeneanas...
As violetas a adornarem os sonhos...
Jovens vidas consolidadas as margens d'um lindo rio...
Tua breve imagem...
Na qual sentia o amor absoluto, puro e sereno...
Que falta me faz aquelas modernas e pré-atualizadas brigas d'amor, revoluta paixão...
A qual vivia, pelejava por nosso amor.