Hora de acordar!
Dorme, a sono solto, um país gigante,
a ressonar preguiça pelo mundo à fora.
Hora de acordar, pois já passou da hora:
O futuro está a meio passo adiante!
Já não mais se ouve o brado retumbante,
mas o grasnar silente do abestruz,
que pica, cabisbaixo, a antiga cruz
que enfeita o céu da pátria nesse instante.
Ainda sagram as chagas de outrora,
ungidas pelo pus de hoje em dia:
A mais vulgar das septicemias
que o mundo conheceu até agora.
Hora de acordar, pois já passou da hora
de fazer jus ao lábaro estrelado
e espurgar o pus acumulado
nas chagas que, o gigante, inda devora.