Esquecido Orvalho
Sou um fantasma
Por toda uma constante
Um espectro existente na inexistência de meu ser
Invisível a todos que vejo
Morto para tudo que desejo
O mundo, essa notória piada eloquente, flagela com sua ácida ironia
Rasga minha vida e sonhos como papéis velhos e inúteis
Sem escolhas, despedaçado das velhas batalhas, aceito as verdades tanto vindas como as arrancadas
Tudo é um maldito escárnio
E vago como sou, sem tom, sem voz, sem cor, sem rosto...
Gotejo aos poucos como mero esquecido orvalho
Para dissipar com o calor do sol de cada manhã.