Desconforto
Nestes dias, nossos encontros não fluem
Tu já sabes, Aninha bela, o que sinto;
E por ter por certo as intenções deste homem,
Erram-se as palavras, Erram-se os instintos,
E erramos-nos todos, ominosos dias!
À mão cerrada que insistente em chocar-se
Contra um objeto de cabal solidez
Empenha esforços a ponto de lesar-se,
Pele e ossos, ferindo de vez em vez,
Parece-me o meu coração nestes dias.
Do pêndulo que sustentava a alma minha
E pendia entre crença e fatalidade
Desfiou-se, dolorosa, até rasgar-se, a linha.
As noites ainda servem como abadias
Em que eu, padre louco, fujo, e clamo, e carpo,
Pr'o dia seguinte não ser como estes dias!