ENLEIOS
Só brincando com o afeto, a dor inebriante do poeta
Em uma dose que sempre me deixa embriagado e... ressacado
E que move, inquieta, (dês) obriga
E, às vezes, abriga em meu peito uma dor leviana.
Que apaga a luz que aviventa,
Deixando-me de tal forma desorientado,
Inibindo os horizontes, calando a voz
E fazendo obscuro o olhar.
Minha crença agoniza, evapora,
Como o perfume de uma flor já ressecada.
E sinto o aguçar dos sentidos, e crescer a exigência
Do eu, agora, polido, escaldado
Inexplicavelmente saboreio este quase grito interrompido,
Do amor! Que tortura, e tormenta.
Transnoitei-me nos enleios, da minha alma...
E quando durmo, sua lembrança me devora.
Por que insiste assim? Em feito garoa fria,
Brincando com o êxtase deste poeta,
Fazer fértil este ser, Que já não chora.