ENLEIOS

Só brincando com o afeto, a dor inebriante do poeta

Em uma dose que sempre me deixa embriagado e... ressacado

E que move, inquieta, (dês) obriga

E, às vezes, abriga em meu peito uma dor leviana.

Que apaga a luz que aviventa,

Deixando-me de tal forma desorientado,

Inibindo os horizontes, calando a voz

E fazendo obscuro o olhar.

Minha crença agoniza, evapora,

Como o perfume de uma flor já ressecada.

E sinto o aguçar dos sentidos, e crescer a exigência

Do eu, agora, polido, escaldado

Inexplicavelmente saboreio este quase grito interrompido,

Do amor! Que tortura, e tormenta.

Transnoitei-me nos enleios, da minha alma...

E quando durmo, sua lembrança me devora.

Por que insiste assim? Em feito garoa fria,

Brincando com o êxtase deste poeta,

Fazer fértil este ser, Que já não chora.

Lois Antoni e ANDECLÉA
Enviado por Lois Antoni em 07/02/2016
Reeditado em 10/02/2016
Código do texto: T5536441
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