BARCO ANCORADO
Meu coração é um barco ancorado no cais,
Onde a coragem de meu capitão jaz
Hoje a tripulação lhe rendeu homenagens
Lembrando do como esta embarcação os fez grandes.
Se regozijaram, se embebedaram, e se entristeceram
Pois nos estágios finais da embriaguez se tornaram lúcidos
De que são apenas sombras dos homens que um dia foram!
De tempos em tempos, vêm implorar ao seu comandante,
Para se lançarem de novo ao mar, ao desconhecido,
Para caçarem os monstros do oceano, atrás de seu rico óleo
Para abordarem outros navios e roubarem seus tesouros,
Para se sentirem vivos nas tempestades,
Com morte lhes fungando o cangote
Paciência, lhes diz, estamos nos preparando
Nos aguardam no futuro aventuras ainda maiores
Todos se acalmam. Acreditam, afinal ele é o capitão.
Sente contundente o nojo de seu engodo
Nas fisgadas de dor em seus membro que não existem mais!