Do lado de fora
Na madrugada de tédio
Um turbilhão de pensamentos
Para esses não há remédio
A janela do meu quarto só traz o vento frio de fora
Aquele que para mim é um afago, chega-me o arrepio
De longe, vejo quem mora
Lembro-me deles
Em cuja estrada palmilhasse vagamente
Em caminhada, aparente, tão frondosa
Ao longe o que enxergo,
Homens no caminho
Esses “pequeninos”
Empalhados em problemas
Cerceados de costumes
Os quais amparados se espalham
Quietos, inexpressivos
Por muito tempo, somente, passivos
Sente dessecada de suas vidas, a vida
Almas sedentas,
E eu do meu quarto
Desvaneço em rimas
Escarneço e faço listas
Olho aqueles que de mim tiram poesia
Analiso pela manhã,
Pela tarde
E infinita, observo, a madrugada
E o espelho meu, será o deles?
E assim a vida continua
Sedentos, todos,
Os que de fora estão do meu quarto
E esta que aqui vós “fala”.