CAMINHOS
Ando como quem apalpa o escuro...
Mas há um caminho ornado por flores negras,
E o som é o eco trágico dos muros...
Contudo além de mim há um degredo
E uma esperança à sombra do futuro...
Levo um fardo comigo, levo a vida
Que tanto tem me dado desconforto...
Levo a pele lisa sem o sorriso,
E a fome dos desejos divididos
Dentro da alma que vai presa em meu corpo.
Além tudo é sombrio, tudo me assusta.
Não levo um lume sequer para meu guia.
Não tenho o que plantar, tudo é infértil.
Mas mesmo assim eu vou, busco um outro dia,
Talvez outro talvez na minha luta.