Eu que tanto sonhei.
Não sou mais um sonhador...
Nos açoites continuos
De ver e ouvir,
Fui acordado!
Atravessou-me a mais nefasta solidão...
Algo em mim transbordou,
Como se eu sentisse a dor,
De toda dor do mundo!
Um corte profundo e aberto
Pra sempre!
Foi tanto que vi
Ouvi e senti!
Nesta trágica,
E inexplicável jornada
Que descri do mundo!
Descri de mim e  de tudo!
Um dia 
Inocente...
Sonhei, Sonhei
Porque sonhava, acreditei!
Voei! Voei...
Porque sonhava, voei!
Mas...
Preso a  pesadas correntes,
De um mundo atróz e sem razão
Por fim... Cancei!
Não mais sonhei...
Não mais sonhei...
E do mundo brutal dos sentidos
Perplexo, desesperei!
E desde então
Somente e enfim!
Busco esqueçer o horror,
Deste  meu peculiar
E disperso sentir
E as razões que me fez buscar
E que intrínsecamente,
As respostas jamais terei

Cesar Machado Sema




 
 
 
 

 
 



 
Cesar Machado Sema
Enviado por Cesar Machado Sema em 27/01/2016
Reeditado em 31/12/2017
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