O esquecimento e a negação

Eu só vejo cinzas

De uma raça pobre, frágil e vazia

Mortes, lama e uma epidemia.

Queimamos pelo ódio, vingança e indiferença.

Brigamos por comida, dinheiro e crença.

O fim de uma raça não tarda

Ela bate na porta

Derrete o sangue e o corpo.

Porque alma já se esvai.

Pobre daqueles que não acreditam em nada

A esperança esta na fé que nunca se vai

O corpo morre, mas morre com espirito de quem

não sente partir.

O esquecimento é nosso veneno

A negação supre a indiferença que nos enterra em

uma cova funda.

É o fim.

Porque

Crianças são mortas,violentadas, passam fome e torturas

E eu estou aqui e você aí

Uma estrofe e esquecemos.

Pessoas sentem dores, apodrecem, perdem membros, enlouquecem

E eu estou aqui e você aí

Uma estrofe e esque

cemos

Negros, mulheres e homossexuais são vistos como animais

Que pode se domesticar da maneira que quiser

E eu estou aqui e você aí

Uma estrofe e esquecemos

A natureza chora

Os animais estão indo embora

As árvores, os mares, a flora.

Marcados com digitais de quem não se importa.

Nem com as gerações, nem com a própria vida.

Enquanto não houver eternidade,quem liga?

E eu estou aqui e você aí

Uma estrofe e esquecemos

A desigualdade, a guerra, a fome, a dor a doença, a insanidade, a insegurança, a sujeira, as condições, o desinteresse.

e eu continuo aqui.

você ai.

E já esquecemos.

Se Deus não chegar,

Se ao menos existir um Deus.

Nas nossas mãos

Não restará cabeça para esquecer

Só lembrar

Até acabar.

Em cinzas.

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