DESÂNIMO
Não, hoje não quero escrever!
Não escrevo porque hoje minhas poesias
sairiam com uma carinha de criança
que esperou seu brinquedo
e ele chegou quebrado.
Não, não quero escrever
letras tortas e desanimadas.
Letras sem vida ou chorosas.
As poesias que estão chegando hoje,
todas estão molhadas de desânimo,
inquietude, revolta e desconfiança.
Quero que o mundo sorria
que as crianças gritem,
mas que seja um grito de alegria.
Quero fotografar isso na minha poesia.
São tantas coisas que me chegam!
Mas hoje eu não quero escrever .
Pode ser que eu escreva outro dia.
Quero que a mãe abrace
seu filho e o embale
numa linda melodia.
Desejo que o vento sopre
uma doce canção ao poeta,
e que você sorria.
Mas que seu riso seja emocionante.
Que seu sorriso contagie seu vizinho,
e ele passe para os outros,
nem que seja só um pouquinho.
Por isso hoje não posso escrever
porque as letras estão tortas
e eu correria o risco de entortar
a poesia que há dentro de mim.
Amanhã quem sabe escreverei
algo bem mais interessante.
Será novo dia, esperanças novas,
mesmo que na mesma vida.
Pode ser que meus olhos
ganhem mais doçura,
e meu coração mais alegria.
Sempre há um fio de esperança
no amanhecer do novo dia.
Desculpe-me por hoje,
não consigo escrever
Lu