Horrores

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Horrores

Minhas percepções mudaram.

Teu semblante está borrado.

Teus cabelos perderam

o aloirado brilho do encantamento.

Nas fotos que guardei

- Foram muito poucas -

não identifico a mulher que amei.

Ponho o dedo sobre uma impressão.

Deslizo, suavemente...

A foto parece ter vida

- Lentamente, desconfigura-se

na ponta dos meus dedos.

No espelho,

o embaçado vidro, da manhã fria,

emoldura teus contornos...

Toco, buscando a sensação da realidade,

novamente.

As porções do orvalho,

reproduzidas no espelho,

dilaceram meus sonhos.

Tua imagem, persistente dentro de mim,

desfaz-se mais uma vez.

Restaram sombras.

Ficaram dúvidas e questionamentos.

A mulher que amei nunca existiu

- Foi um fantasma

que me cobriu de sombras

[que o tempo desfez.

Nijair Araújo Pinto

Iguatu-CE, 7 de janeiro de 2016.

9h28min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 07/01/2016
Reeditado em 02/02/2017
Código do texto: T5503060
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