Cor carcerem*
E cada lagrima cortante, marcou - me a face,
e na manhã fria um adeus se formou como eco
de uma melodia sinistra que vagueava os portões da solidão.
O silêncio derramou - se em prados.
E a angustia em véus abissais de medo e covardia.
Era o querer triste e libertino de desejos ocultos.
Era a fúria escarlate escondida por debaixo das unhas.
O choro...
Eu me lembraria pela eternidade do castigo que a mim fora imposto pelos deuses.
Almejei o fogo e ele queimou.
Forte, brilhante e vivo.
Almejei teus olhos.
E teus encantos cegaram - me de tal maneira
que o abismo negro ganhou vida dentro de meu peito.
As coisas jamais seriam as mesmas.
As manhãs seriam cinzas,
e as cores fugiram de meus olhos em sua ausência.
Eu morreria um dia mais, preso em cela de reclusos esquecidos,
abandonados á própria sorte.
Haveria a dor, eu previ.
Mas ainda sim eu a deixei ficar.
Pois ela sempre será a prova de tua doce existência.
E no fim, não me importo com o martírio,
a dor me trará você a cada novo amanhecer.
E isso me manterá vivo...
*Cor Carecerem = Coração Aprisionado