O Afeto Corrompido
Queria não enxergar o óbvio
Homens e mulheres morrendo por inanição
Da fome do afeto, do afago
Do sorriso, amor com prazer
Partilhados
Boas festas?
Que festa?
Choro ao travesseiro na cama de dormir
Procura da alma no banheiro
Lavando o corpo, sedado, esquecido há muito o prazer
O irônico que a doença é trabalhada no silêncio
Na marcha dos dias
Maquiada pelos “flash”
“Selfs” das alegrias preparadas
Ficando encurraladas as naturezas, homem e mulher
O instinto que fugiu
A sexualidade que mudou de plano
Ficou na caixinha preta
Murmurando bem baixinho
“Me deixa sair”
Perdeu a vitalidade de outrora
Da natureza indomesticável, insubordinada
Deixou a honestidade genuína
De provocar, estourar as comportas, expor dois seres
Um para o outro
Fica agora uso de corpos
Consumo de energia
Intimidação e desconforto para Alma
Coisificação dos espíritos
Na cama, no lar, na vida