CÃO SEM DONO

Estou a dever na literatura

Não posso abandonar a cultura

É ela que me sustenta em pé

Que me põe vivo no espaço

Com o peito moldado no aço

Assino embaixo é dou fé

Só no pão com mortadela

Que desce seco na goela

A água está cara e escassa

Não sinto um suspiro de mágoa

Porque aí eu bebo água

Na ponta da bica da praça

Acho que vou virar manguaceiro

Já sou poeta seresteiro

Sempre no mundo da lua

Não tenho casa pra morar

Vivo sempre a perambular

Sou um cão sem dono da rua!

Escrito as 10:29 hrs., de 19/12/2015 por

Nelson Ricardo

NELSON RICARDO
Enviado por NELSON RICARDO em 19/12/2015
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